O antenado comandante do Exército, Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, atendeu a pedido do senador Roberto Requião (PMDB-PR) e depôs na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado.
Veja acima: Requião debate com comandante do Exército as ameaças à soberania nacional.
O ponto positivo é que o general reconheceu a existência de um novo conceito de fronteira. Assim, a invasão de um país não tem necessariamente de ser física, pode ser feita por agentes como a TV Globo, a serviço do Pentágono, destroçando todo o capital cultural da nação brasileira.
O ponto negativo é que, ao tentar dar um exemplo, o general não optou por falar da Globo, nem dos acordos internacionais em que autoridades brasileiras se subordinam ao querer do Departamento de Estado ou do Departamento de Justiça, como fez recentemente um certo juiz.
Não, Villas Bôas optou mais uma vez por vender a velha lenda dos indígenas otários subornados e subordinados por/a ONGs internacionais para roubar a terra do Brasil, sil, sil.
Que mancada, general. E todos aqueles indígenas que servem ao Exército nas fronteiras, sem os quais os soldados ficariam completamente perdidos nos igarapés e florestas?
Eu, hein, que falta de gratidão!
Além do mais, sem essa de imaginar que os indígenas são tolos. Eles sabem muito bem defender seus direitos. É emocionante testemunhar o esforço de diferentes etnias, que deixam de lado grandes diferenças culturais em busca do consenso que, testemunha o general, falta ao Brasil.
Além do mais, se a Globo pode bombardear a cabeça de milhões de jovens brasileiros com os programas da Vice, por que os indígenas não podem aceitar que uma ONG doe câmeras para que registrem a violência praticada contra eles por latifundiários?
Isso é legítima defesa, não implica em tomar terra de ninguém.
Para finalizar, absolutamente todos os interesses do Exército foram considerados na mais recente homologação de uma terra indígena fronteiriça, a Raposa Serra do Sol, em Roraima.
Portanto, a lenda urbana de que os indígenas servem a interesses externos ou são manipulados por interesses externos não passa disso, uma lenda do pensamento arcaico do “latifundiário” Aldo Rebelo, que nunca se distanciou da ideia do marechal Rondon de que é preciso tutelar, “civilizar” e integrar os originários.
Finalmente, é preciso por fim ao lenga-lenga de que as terras indígenas atrasam o “desenvolvimento nacional” ao bloquear a exploração das riquezas minerais.
Primeiro, é preciso perguntar: a quem serve a exploração das riquezas da Amazônia hoje, do minério de Carajás pela Vale à energia elétrica de Tucuruí?
Acima de tudo, a interesses econômicos internacionais: da produção eletrointensiva de alumínio que o Japão decidiu fazer fora de seu território, ao minério de ferro que construiu a infraestrutura da China, deixando apenas alguns centavos do dólar faturado para usufruto dos amazônidas.
Quem deu isenção de impostos a não manufaturados que tanto enriqueceu os acionistas da Vale nos Estados Unidos e tanto empobreceu os locais? A Lei Kandir, do governo de Fernando Henrique Cardoso.
Portanto, nos moldes de hoje a exploração de recursos naturais na Amazônia pode ser tudo, menos nacionalista. - Com informações da Redação de Viomundo
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