4 de julho de 2014
Direção nacional do PT nega retrocesso no combate a cartel da mídia no país
A direção nacional do Partido dos Trabalhadores negou, nesta quarta-feira, que o trecho acerca da edição de um marco regulatório para combater o cartel da mídia no país tenha sido retirado do programa de governo da candidata petista à reeleição, Dilma Rousseff. A notícia, publicada na última edição do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, segundo a assessoria do PT, “não faz o menor sentido”.
– O texto sobre o programa de governo não está pronto. Houve uma reunião da coordenação de campanha, alguém de lá vazou essa história e a Folha embarcou. O fato, no entanto, é que para o PT não houve mudança alguma. Vale a diretriz aprovada no Diretório Nacional – afirmou um dos coordenadores da Comunicação Social do PT, ao Correio do Brasil.
Na coordenação de campanha da candidata petista, a reação foi idêntica. Segundo a assessoria de Dilma, não há qualquer definição oficial quanto ao programa de governo, que ainda está em fase de elaboração. Segundo uma das coordenadoras, “não se pode afirmar, com segurança, que algum trecho do programa tenha sido suprimido”. A própria reportagem da FSP afirma que o documento a que teve acesso trata-se da primeira versão do programa de Dilma que “ainda será analisada pela presidente e pode passar por modificações antes de ser entregue ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até o fim da semana, quando ela registrar sua candidatura”.
– Trata-se, portanto, de uma especulação. Nada além disso – emendou o assessor do Diretório Nacional do PT.
Os coordenadores da campanha de Dilma, no entanto, conhecem a posição contrária de seus aliados quanto ao marco regulatório da mídia. Principalmente, do PMDB. O senador Renan Calheiros, presidente do Senado, é o principal adversário da tese, na base aliada da presidenta, mas a perseguição constante da mídia conservadora ao governo da presidenta Dilma tem sido observada de perto, tanto por Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República, quanto por Luiz Inácio Lula da Silva. Presidente do PT, Rui Falcão adiantou ao CdB que não comentará o assunto.
Para efeito político, o documento que o PT apresentou ao programa de Dilma, aprovado em maio pela cúpula do partido, inclui a democratização dos meios de comunicação em um eventual segundo mandato. A versão atual, portanto, mantém o compromisso de combater as “práticas monopolistas” da mídia, “sem que isso implique qualquer forma de censura, limitação ou controle de conteúdo”, segundo o texto aprovado.
– A matéria da FSP, um dos jornais que integram a mídia conservadora, junto com as Organizações Globo e a Editora Abril, que edita a (revista semanal de ultradireita) Veja, entre outros veículos de comunicação identificados com o espectro político de oposição, chega a citar os nomes do ministro (Aloizio) Mercadante e do (Rui) Falcão, sendo que nenhum deles se pronunciou sobre o assunto – concluiu.
Do Correio do Brasil
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