11 de junho de 2014

Governador e Prefeito descumprem acordo e professores mantêm a greve no Rio de Janeiro


Os profissionais de educação das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro entraram novamente em greve desde o último dia 12 de maio. A decisão foi motivada pelo descumprimento, por parte do Governo Estadual e da Prefeitura do Rio, do acordo fechado em outubro do ano passado no STF.

Além disso, os trabalhadores reivindicam um reajuste de 20% com paridade para os aposentados, plano de carreira unificado (estado e município), garantia de 1/3 da carga horária para planejamento das aulas, estabelecimento de, pelo menos, dois tempos de aula para cada disciplina e a volta da jornada de 30 horas semanais para os funcionários administrativos.

No acordo feito anteriormente, ficou acertado que, em fevereiro, o Governo do Estado faria uma mesa de negociação com o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do RJ (Sepe) para encaminhar as demandas do movimento. Porém, além de não cumprir a decisão, o Governo ainda convocou para os grupos de trabalho outro sindicato que se diz representante da categoria, mas que não tem nenhuma representatividade na base.

De sua parte, o Sepe, o verdadeiro sindicato, cumpriu com tudo que estava no acordo, garantindo a reposição das aulas, que, em algumas escolas, aconteceu até o dia 18 de janeiro.


O atual Governo do Estado, comandado pelo PMDB, vem desenvolvendo uma verdadeira política de precarização da educação: fecha escolas, introduz fundações privadas nelas e distribui bonificação ao invés de aumentar os salários. Hoje, um professor da rede estadual, com nível superior e carga horária de 16h semanais, recebe apenas R$ 1.081,00.

A adesão à greve tem crescido diariamente. Várias cidades importantes estão paradas, entre elas, Duque de Caxias e São Gonçalo, e outras estão se preparando para entrar.

Os educadores têm organizado várias manifestações para denunciar a precarização da educação e dialogar com a população. Merecem destaque os “rolezinhos da educação”, com panfletagens em alguns shoppings, e o protesto organizado em frete ao hotel onde os jogadores da Seleção Brasileira se concentravam antes de partirem para a Granja Comary.


As ruas também foram ocupadas pelos profissionais de educação em greve. A polícia, como sempre, reprimiu violentamente a manifestação, agredindo professores com cassetetes, puxões de cabelo e spray de pimenta. Uma professora, que chegou a levar uma “gravata” de um PM, foi algemada e presa. Outros seis ficaram feridos, e um professor foi internado com o ombro deslocado.

No dia 27 de maio, a presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, desembargadora Leila Mariano, decretou a greve ilegal, estabeleceu multa de R$ 300 mil por dia caso o sindicato não suspenda a paralisação e facultou ao Estado a decisão de cortar o ponto.


Essa decisão não amedrontou a categoria, que segue em greve. Sabemos que a justiça dos ricos nunca esteve a favor da luta dos trabalhadores, e que só conquista quem luta. Vamos continuar nas ruas até que nossas reivindicações sejam, de fato, atendidas!
- Gabriela Gonçalves, diretora do SEPE-Caxias e militante do MLC

do A Verdade

Leia também:

Novo Plano Nacional de Educação prioriza salário e formação de professores

Nenhum comentário:

Postar um comentário