A presidenta Dilma Rousseff pediu hoje (16) mobilização popular pela
reforma política e comparou a iniciativa ao movimento Diretas Já!, que
há 30 anos tomou as ruas em defesa das eleições diretas para a
Presidência da República no país.
Dilma já havia feito a
comparação durante encontro com lideranças juvenis e hoje voltou a dizer
que a sociedade precisa se manifestar para pressionar o Congresso
Nacional a aprovar novas regras para o sistema político, com
participação popular.
Ela reconheceu que a proposta feita pelo
governo após as manifestações de junho do ano passado, de realizar um
plebiscito sobre a reforma política, foi “um insucesso” no Congresso
Nacional, mas avaliou que o debate serviu para ampliar a discussão sobre
o tema.
“Assim como no caso das Diretas, o sucesso não foi
imediato. Uma transformação dessa natureza implica alteração de
culturas, práticas, instituições, processos políticos e mecanismos",
disse a presidenta. Ela acrescentou que, para que a transformação se
imponha, é preciso que que toda a sociedade se mobilize. "Se quisermos
reforma política efetiva, temos que nos engajar nessa proposta”, disse
Dilma, em discurso durante reunião do Conselho de Desenvolvimento
Econômico e Social, no Palácio do Planalto.
A presidenta
ressaltou que o governo não tem a correlação de forças suficiente no
Congresso para aprovar as mudanças sem pressão popular. “Para ter essa
correlação de forças, a sociedade, em diferentes instâncias, tem que se
manifestar. Caso contrário, é ilusório supor que chegaremos à reforma
política com consulta popular”, avaliou. “Tenho convicção de que vamos
avançar nesse tema.”
Além de defender a avaliação sobre a reforma
política, Dilma falou sobre outros pactos nacionais lançados pelo
governo após as manifestações do ano passado, entre os quais os da
mobilidade urbana, da estabilidade fiscal, da saúde e da educação.
A
presidenta voltou a defender a política econômica do governo, que,
segundo ela, garantiu o controle da inflação, dentro do limite da meta, e
a manutenção do crescimento diante da crise financeira internacional.
Ao
fazer um balanço dos investimentos em mobilidade urbana, Dilma
reconheceu que o programa do governo “não é perfeito”, mas que tem
conseguido avançar e reverter o atraso de décadas de falta de
investimento na área. “O programa tem muitos atrasos. Tem hora que a
gente não consegue fazer todos os projetos. Isso está maturando, vai
decantar. Vamos ver primeiro as obras, mas, por trás, tem uma coisa
importante, que é a capacidade dos prefeitos e governadores de tomar a
iniciativa e ter projetos dessa envergadura em todo o Brasil.”
Quanto às promessas para a educação, a presidenta citou avanços em
iniciativas como o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e
Emprego (Pronatec), mas ressaltou que é preciso investir mais para
valorizar os professores e ampliar a rede de creches e escolas em tempo
integral.
Ao abordar o Pacto Nacional pela Saúde, Dilma fez um
balanço positivo do Programa Mais Médicos, que contratou 14 mil
profissionais para trabalhar na atenção básica à saúde e disse que o
próximo desafio do setor é integrar a rede privada para atuar
complementarmente aos serviços do Sistema Único de Saúde.
do Agência Brasil
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