2 de outubro de 2013

Luta dos professores do RJ por melhor educação é reprimida com violência


"O que foi proposto na área do Rio de Janeiro foi uma medíocre reformulação no sistema de plano de cargos, que, ainda assim, não chega a dois terços dos valores das demais profissões. Proposto por uma ex-funcionária das grandes empreiteiras que levam a hegemonia do Estado" 
RJ: Docência como vandalismo
Sou professor desde que me conheço por gente. Só sei fazer isso na vida. Não por força de não apreender outra função/profissão (ou, não querer), mas é parte integrante do eu. Tomando a vida na mediação da leitura, crítica e explanação como linhas fundamentais da prática cotidiana. Passei por instituições públicas e privadas, tanto dos meios urbanos e nas áreas mais agrícolas. Trabalhei nos setores básicos: ensino fundamental e médio. Agora, difícil/duro é passar pela formação de 4 ou 5 anos nos quadros da licenciatura e receber a matrícula o valor próximo das bases do salário mínimo. O que se percebe já quando se olha nos quadros das profissões e se afere que sua profissão, no qual estudou se formando e se pós-graduou tendo aceitação grande na população e das partes governamentais tem um valor pífio.
Deve ter algo errado nesse quadro não? Mas, não é só isso. Infelizmente, isso já é parte do modus operandi de como são tratados a classe professoral. O que foi proposto na área do Rio de Janeiro foi uma medíocre reformulação no sistema de plano de cargos, que, ainda assim, não chega a dois terços dos valores das demais profissões. Proposto por uma ex-funcionária das grandes empreiteiras que levam a hegemonia do Estado. O que significa que a atual gestão não conhece a lógica docente havendo uma horrenda troca a atividade docente pelos botijões empresariais capitalistas. Só conhecem metas mercadológicas. Nunca pisaram na complexidade das salas de aulas. Ainda assim, mesmo na lógica patronal capitalista da educação os valores do que se paga para os docentes frente aos demais países da própria América Latina é uma piada. A piada ainda é maior, por que o governo propõem um plano de cargo que a totalidade dos professores não pode aderir, pois senão o governo vai falir. Constroem um plano que não serve para toda classe. Segregam ainda mais um grupo historicamente abandonado nos mandatos.
Calar, jamais!
Daí, o que esperar dos professores? Que aceitem? Que se calem? Jamais! Professores: aqueles que acreditam na humanização da prática docente vão da teoria para prática! Ou se, acha que movimentos sociais que brotam nos nossos solos foram feitos e construídos apenas de demandas comuns. De forma alguma. Há neles uma prática/reflexão classista. Logo, há uma demanda educacional crítica. Assim, os professores com o compromisso que a função sempre teve vem dando exemplo de luta, seja em Niterói e agora no Rio de Janeiro. Afinal, ocupar um espaço público é um ato político! Mostra que as atividades desses locais ocupados não servem a quem merece e tem direito sobre esse. Por isso, merecem a interdição. Pois, da forma que se encontram só servem ao ócio!

Por  Fábio Py Murta de Almeida na Caros Amigos

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