12 de maio de 2012

Comissão da Verdade será instalada na próxima quarta-feira(16)

A implantação de uma ideologia cuja origem está em "West Point", e que ainda hoje insiste em se manter como dominante, resultou no grande erro histórico, que foi o golpe civil-militar de 1964.
 A história ensinada nos colégios militares não é a mesma ensinada nos colégios civis ( veja aqui o porque desta afirmativa) e seria muito importante a interrupção deste processo.
Aos funcionários públicos militares que são pagos para proteger nosso povo e nosso território, caberia marchar perfeitamente coesos e integrados à nação brasileira. Mas não é isso o que acontece. E como disse o ministro da Defesa, Celso Amorin, reagindo a pressões contrárias à instalação da Comissão Nacional da Verdade, "O Brasil não é feito de civis e militares. Ele [o Brasil] é feito do povo brasileiro".
 A tese mais difundida pelos que defendem o golpe civil-militar, é dizer que este foi preventivo e que só teria ocorrido, devido a ameaça iminente de o Brasil vir a se tornar um país comunista. Não será difícil provar, que os órgãos de segurança e inteligência do período em questão, reuniam todas as condições para legalmente investigar, descobrir, processar e julgar, qualquer um que estivesse organizando "golpes" contra a ordem constituída. Mas, por uma dessas ironias do destino, as mesmas forças que poderiam e deveriam garantir e proteger a democracia, foram estas que a traíram e foram elas que deram um golpe de estado e impuseram a ditadura ao país.
Quanto ao governo democraticamente eleito do presidente João Goulart e as instituições republicanas que funcionavam normalmente e sobretudo quanto a nossa constituição, estes jamais poderiam ter sido violados.
Foram vinte e um anos de ilegalidades, em que não havia congresso para "atrapalhar", e nenhuma imprensa para denunciar. Onde crimes hediondos eram cometidos contra o povo e a nação brasileira. E que só serviram para impedir as reformas de base (agrária, tributária, educacional, política, etc.) e para tornar o Brasil dependente do capital internacional, detentor de uma gigantesca dívida externa, que já nos anos 80 tornaria-se impagável. Enfim o tal "golpe preventivo" serviu para garantir os privilégios de minorias abastadas, de multinacionais estrangeiras, para impedir nosso desenvolvimento e a nossa soberania.
As esperanças agora se renovam, com a instalação da Comissão Nacional da Verdade e a possibilidade de que esta história, que vem sendo há décadas escondida do povo brasileiro, enfim seja revelada em todos os seus aspectos.
Que o Brasil siga em frente na retomada do aperfeiçoamento de suas instituições e de sua democracia. Os que deram suas vidas ao se posicionar contra o arbítrio, que tenham enfim suas dignidades resgatadas; e que verdade e justiça venha libertar e trazer paz para todos. -  BlogueDoSouza

A Comissão da Verdade será instalada na próxima quarta-feira (16) e terá dois anos para apurar violações aos direitos humanos ocorridas desde 1946, período da ditadura do regime do ex-presidente Getúlio Vargas, até a promulgação da Constituição Federal, em 1988.
Segundo o porta-voz da Presidência da República, Thomas Traumann, na instalação da comissão, estarão presentes os ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, além da presidenta Dilma Rousseff.
Os nomes dos sete integrantes da comissão foram anunciados no final da última semana pelo porta-voz da Presidência da República, Thomas Traumann e publicados no Diário Oficial da União. Segundo Traumann, os integrantes foram escolhidos pessoalmente por Dilma, a partir de critérios como conduta ética e atuação em defesa dos direitos humanos, e convidados pessoalmente por ela. Nos próximos dias, deve ser anunciado o nome do presidente do colegiado. 
Foram designados Cláudio Lemos Fonteles, ex-procurador-geral da República; Gilson Langaro Dipp, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ); José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça; o jurista José Paulo Cavalcante Filho; a psicanalista Maria Rita Kehl; a advogada Rosa Maria Cardoso Cunha, que defendeu a presidenta Dilma durante a ditadura militar, e o professor Paulo Sérgio de Moraes Sarmento Pinheiro, que participa de missões internacionais das Nações Unidas.
A Comissão da Verdade terá dois anos para ouvir depoimentos em todo o País, requisitar e analisar documentos que ajudem a esclarecer as violações de direitos. De acordo com a lei que a criou, a comissão tem o objetivo de esclarecer fatos e poderá aproveitar as informações produzidas há 16 anos pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos e há dez anos pela Comissão de Anistia. Porém, ela não terá o direito de punição.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh) parabenizou o governo brasileiro pela escolha dos integrantes. Para o representante regional para América do Sul do Acnudh, Amerigo Incalcaterra, a Comissão da Verdade é uma ferramenta fundamental para o cumprimento da obrigação que o Estado tem de esclarecer todas as violações contra direitos humanos.
“As comissões da verdade são um mecanismo para ajudar os Estados na reconstrução de uma parte importante da história do País e para orientar os seus esforços na procura da verdade, de uma efetiva reconciliação nacional e para evitar que fatos dessa gravidade se repitam no futuro”, disse Incalcaterra por meio de nota.
O representante da Acnudh ofereceu aos integrantes da Comissão da Verdade acompanhamento e assessoramento técnico para o cumprimento dos padrões internacionais de direitos humanos durante os dois anos de trabalho previstos para a comissão. Para Incalcaterra, vítimas e parentes têm o direito imprescritível de conhecer as circunstâncias envolvendo crimes políticos.
O ministro da Defesa, Celso Amorim, afirmou na sexta-feira (11), que a ausência de militares no grupo não consiste em dificuldades ou problemas futuros. "A presença de militares na comissão não é uma reivindicação. O Brasil não é feito de civis e militares. Ele [o Brasil] é feito do povo brasileiro", disse o ministro durante a inauguração, em Brasília, da sala do Serviço de Informação ao Cidadão do Ministério da Defesa.
A Comissão da Verdade pode ouvir depoimentos em todo o País, requisitar e analisar documentos que ajudem a esclarecer as violações de direitos. De acordo com a lei que a criou, a comissão tem o objetivo de esclarecer fatos e poderá aproveitar as informações produzidas há 16 anos pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos e há dez anos pela Comissão de Anistia. Portal Brasil

Um comentário:

  1. é uma chance de dar o recado aos militares que nada que fizeram vai ficar impune .sei que uma comissão feita de cima para baixo não dá em boa coisa . todos temem que seja uma cpi de 64 .e cpi ,o resultado que é conhecido não tem culpados que paguem por seus atos ,apenas apontados e só. os militares comemoraram no clube militar a sua arrogância ao fazer o golpe sobre o povo .e os movimentos populares não deixaram por menos ,mostraram cartazes com fotos de desaparecidos e mortos do periodo militar . temos que estar nas ruas e pressionar para que essa comissão trabalhe para a verdade e justiça .

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