17 de abril de 2012

PNE: Escola pública não cumpre sua função e aluno "pobre" não aprende

O grupo de alunos com pior situação econômica teve os piores desempenhos em matemática e português na Prova Brasil de 2009, mostra um cruzamento de dados feito pela Fundação Lemann e fornecido ao UOL Educação. A prova é aplicada a alunos do 5º e 9º ano do ensino fundamental de escolas públicas e acontece a cada dois anos. Os dados de 2009 são os mais recentes disponíveis. 

Segundo Francisco Soares, especialista em avaliações em educação e professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), a proficiência do aluno reflete, ao mesmo tempo, todas as características dele, inclusive as socioeconômicas. Os alunos que têm melhores condições econômicas, diz, têm mais condições de se saírem melhor na escola.
 “A proficiência do aluno reflete de forma muito próxima sua característica sociodemográfica. Isto [a diferença nos resultados] é uma prova de que a escola no Brasil não consegue cumprir sua função. Aprendem principalmente os alunos que já trazem de casa as condições adequadas para o aprendizado.”

Desempenho

Em matemática, no 5º ano, enquanto oito em cada dez (80,83%) alunos do grupo “mais pobre” não atingiram o nível mínimo de aprendizado para a série em que estão, pouco mais de cinco em dez (55,36%) do grupo “mais rico” conseguiram o mesmo desempenho.
 Isso significa dizer que esses estudantes não conseguem, por exemplo, ler informações e números apresentados em tabelas ou identificar que uma operação de divisão resolve um dado problema. Somente 17,69% dos estudantes “mais pobres” e 31,74% dos “mais ricos” atingiram a categoria de aprendizado “adequada”.

Já no 9º ano, na mesma disciplina, a distância entre os dois grupos que não atingiram o nível adequado é menor: 94,37% dos “mais pobres” contra 83,01% dos “mais ricos”. Esses estudantes não consegue fazer operações de adição, subtração, divisão ou multiplicação que envolvam centavos em unidades monetárias e/ou resolver problemas com porcentagens.
“É um problema geral [do 9º ano]. Nem os ‘mais ricos’ estão conseguindo aprender. Mas é bom lembrar que estamos falando de escolas públicas”, afirma o economista Ernesto Faria, autor do levantamento.
Clique aqui para ver o artigo completo: UOL EDUCAÇÃO

Você pode ler também: Só dois em cada 10 pretos no 5º ano de públicas sabem o esperado para a série em que estão

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