31 de março de 2012

31 de março, o dia da traição

O que os militares brasileiros fizeram em 1964 tem um nome infame, TRAIÇÃO, e justamente por isto precisa ser dito e repetido todos os minutos, todas as horas, de todos os dias, sempre e sempre.

Em 1962 o Presidente dos EUA mandou ao seu Diretor da CIA, um sujeitinho desagradável e alcoólatra, a ordem para DERRUBAR O PRESIDENTE DO BRASIL.

Em cumprimento a esta ordem este Diretor da CIA que era baixo, gordo e careca (bem diferente dos espiões dos filmes), arquitetou e colocou em marcha o plano para a deposição de João Goulart. O orçamento da CIA destinado para a operação foi 5 milhões de dólares (em dinheiro da época), ao qual se somaram muitos milhões de dólares mais, pagos diretamente pelas empresas de capital norte-americano no Brasil (até hoje não se sabe exatamente quanto dinheiro foi utilizado no total).

O plano era simples, mas provou ser bastante eficiente. Através de institutos culturais norte-americanos que existiam ou que foram criados no Brasil, brasileiros civis e militares bem colocados e relacionados, bem nascidos e posicionados na esfera pública e política, foram COMPRADOS com passagens de avião e estadias nos EUA, bolsas de estudos nos EUA, brindes etc... A campanha anti-comunista passou a ser diária, feita inclusive às claras através da imprensa onde as empresas norte-americanas no Brasil anunciavam seus produtos e serviços. Filmes e documentários norte-americanos de supostas atrocidades cometidas por comunistas e que faziam a glorificação do "american way of life" eram passados nestes institutos e inclusive dentro dos quartéis brasileiros.

Agentes da CIA foram infiltrados no Brasil, militares também. Mas aqui eles entravam não como representantes dos EUA, mas como "turistas" e "missionários", sempre a coordenar a campanha de desestabilização de João Goulart, recolher informação e ajudar a coordenar as ações das empresas norte-americanas sediadas no Brasil. E, em alguns casos, para fazer o elo de ligação entre as autoridades civis e militares brasileiras cooptadas para o golpe e as autoridades Diplomáticas norte-americanas no Brasil. De fato o Embaixador dos EUA no Brasil passou a atuar como uma espécie de Pró-Consul imperial, governando toda esta massa de propagandistas, agentes, militares, jornalistas, etc..., brasileiros e norte-americanos, confrontando diariamente o governo legal na imprensa e inclusive nas ruas com passeatas.

As atividades de sabotagem política e institucional norte-americanas foram secundadas por agentes ingleses. Mas ao contrário dos norte-americanos, os ingleses foram bem mais cuidadosos e menos espalhafatosos. O público alvo da propaganda anti-comunista inglesa era basicamente composto de autoridades e professores universitários. O orçamento dos ingleses para ajudar a depor João Goulart no Brasil é desconhecido, mas provavelmente foi muito menor do que os muitos milhões de dólares gastos pelos norte-americanos.

Os gringos e ingleses sabiam muito bem qual era o perfil de seu público militar. Os militares brasileiros TRAÍRAM D. Pedro II se recusando ir à Guerra do Paraguai. Os milicos TRAÍRAM D. Pedro II derrubando-o após a libertação dos escravos. Os milicos, sempre eles, TRAÍRAM Washington Luiz ajudando a rasgar a primeira constituição republicana. Os militares também TRAÍRAM Getúlio Vargas após a II Guerra Mundial. Os militares brasileiros sempre foram TRAIDORES do povo brasileiro.

Em 1964, após dois longos anos de militância estrangeira no Brasil para derrubar João Goulart, os militares brasileiros, QUE TINHAM UMA LONGA HISTÓRIA DE TRAIÇÕES no passado, participaram passivamente e ativamente do golpe. A passividade deles é evidente, pois ao invés de combater a infiltração norte-americana e inglesa no país eles preferiram se tornar público alvo dos agentes estrangeiros e receber presentes, propaganda e dinheiros deles. Quando resolveram agir, ao invés de combater as primeiras ações golpistas eles aderiram em massa ao golpe-de-estado rasgando a Constituição de 1946 e liquidando a soberania popular brasileira impondo o regime brutal que norte-americanos e ingleses queriam para poder explorar melhor os trabalhadores brasileiros.

31 de março não é um dia qualquer. Deve ser lembrado como o dia da infame TRAIÇÃO dos militares brasileiros. TRAIÇÃO que perdura porque os TRAIDORES seguem comemorando a infâmia que cometeram como se fosse algo digno e louvável.

Por Fabio de Oliveira Ribeiro

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