5 de janeiro de 2011

Baixa qualidade do ensino deixa país entre os piores do mundo

Alunos de escola pública do Espírito Santo fazem avaliação: quase metade dos estudantes brasileiros não entende o que lê
Na primeira semana de dezembro, a divulgação dos resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), colocando o Brasil em 53º lugar entre 65 países nas provas de leitura e ciências, obteve grande repercussão na mídia e estimulou o debate sobre a má qualidade do ensino.

A pesquisa trouxe um dado positivo: a nota deles subiu 33 pontos entre 2000 e 2009. Mesmo assim, quase metade (49,6%) dos alunos não atingiu o chamado nível 2 de proficiência em leitura. Na metodologia do Pisa, isso significa que, para esses estudantes, "faltam as capacidades necessárias para participar efetiva e produtivamente da sociedade".

Em novembro, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) publicou um diagnóstico da educação no país, tendo como base o ano de 2009. As conclusões mostram que ainda persistem grandes desníveis. A população urbana tem em média 3,9 anos de estudo a mais que a população rural. Os negros têm 1,7 ano de estudo a menos que os brancos.

O analfabetismo, embora em queda, ainda atinge 9,7% da população. Entre 1992 e 2009, essa taxa caiu 7,5 pontos percentuais, mas o número total de analfabetos permaneceu inalterado: 14 milhões de pessoas com mais de 15 anos. Na população rural, esse percentual é de 22,8%. Nas cidades, a taxa é de 4,4%. No quinto mais pobre da população, 18,1% são analfabetos, contra 2% na faixa do quinto mais rico.

A média de anos de estudo na população acima de 15 anos é de 7,5, abaixo do mínimo de oito anos previsto na Constituição. O Ipea também constatou que apenas 18,4% das crianças de até três anos frequentam creches ou a pré-escola.

  Jornal do Senado

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