4 de dezembro de 2010

Como se informa(?) o cidadão brasileiro

A Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República realizou pesquisa sobre os hábitos de informação dos brasileiros, ouvindo 12 mil pessoas em todas as Unidades da Federação, por meio de entrevistas pessoais, domiciliares. As entrevistas foram feitas no mês de março e divulgadas na semana passada.
Destacamos alguns achados da sondagem feita pela Secom:

Jornal aos domingos – 46,1% dos entrevistados leem jornal. Entre essas pessoas, 24,7% têm o hábito de ler jornal todos os dias e 30,4%, o fazem apenas um dia na semana (42,3% deles aos domingos e 30,6% às segundas);

Revistas – 34,9% leem revistas (esse índice varia entre 39,4% no Sudeste e 29,4% na região Norte);

A rainha do lar, a TV – 96,6% veem TV.
Desses, 83,5% assistem a canais de TV aberta. Entre esses telespectadores, 37% assistem à TV por um período de 2 a 4 horas diárias. Para 64,6% desses brasileiros telespectadores, o telejornal é o programa mais importante da TV, para 16,4%, são as novelas. Entre esses brasileiros, 65,8% preferem a TV Globo e 13%, a Record.
Entre as pessoas que assistem à TV, 56,4% costumam ver o Jornal Nacional e 7,4%, o Jornal da Record.

Entre os espectadores do Jornal Nacional, 27,4% dizem escolher o telejornal porque a emissora é confiável e 23,3% porque identificam-se com a notícia. Entre os que assistem ao Jornal da Record, 26,6% identificam-se com a notícia e 26,5% afirmam que a emissora é confiável. Uma característica importante de diferenciação entre os jornais (embora não possa se desconsiderar o tamanho distinto do universo desses espectadores) é a avaliação da linguagem do telejornal. Para 18,7% das pessoas que assistem ao Jornal Nacional, o telejornal tem linguagem simples. Entre os espectadores do Jornal da Record, esse índice sobe para 23,3%.

Música em qualquer lugar, o rádio – Dos brasileiros ouvidos para a pesquisa, 80,3% ouvem rádio. Desses, 35,9% o fazem todos os dias. As pessoas buscam o rádio principalmente para ouvir música (68,9% dos que ouvem rádio) e, num segundo lugar distante, para ouvir noticiários (17,6%). Fenômeno recente, mas fiel ao espírito móvel do rádio, 17,6% das pessoas que ouvem rádio o fazem por seus aparelhos de telefonia celular.
A rede mundial – Dos brasileiros ouvidos para a pesquisa da Secom, 46,1% acessam a internet. Embora o acesso à rede venha se democratizando, há ainda concentrações importantes, tanto entre os jovens até 25 anos quanto entre as pessoas de maior renda. Entre os brasileiros com renda acima de 10 salários mínimos, o índice de acesso salta para 79,9%.

A internet é utilizada principalmente para lazer (uso principal para 46,3% dos internautas) e, depois, para informação (24,8% dos usuários). Entre os internautas, 47,7% usam a rede para ler jornais e blogs. Os sites mais acessados são o Google (71,6% das menções), Orkut (65,4%) e o serviço de mensagens MSN (64,7%).

Credibilidade – A credibilidade dos meios de comunicação não é grande. Do total de entrevistados, 72,1% acreditam muito pouco nos meios de comunicação, e outros 7,9% não acreditam. Afirmaram acreditar muito nestes meios 18,8%.
Para 57,3% dos entrevistados, as notícias veiculadas pela mídia são tendenciosas. Esse índice varia de 49,3% entre os cidadãos do Nordeste e 64,1% no Centro-Oeste.

Notícias mais interessantes – As notícias consideradas mais interessantes pela população brasileira referem-se aos assuntos sociais (54,3%). Elevado percentual também foi encontrado (52,1%) na manifestação de interesse em notícias sobre programas e benefícios do Governo Federal à população. Notícias sobre economia constituem foco de interesse de 47,8% dos entrevistados, enquanto os assuntos políticos despertam interesse de apenas 32,5%.

Nível de informação – Parcela expressiva da população brasileira se considera pouco informada (48,3%). Apenas 6,4% disseram que se consideram muito informados, enquanto que 44,8% se consideram pessoas informadas.

Recebendo informações e trocando opiniões – As lideranças comunitárias constituem fontes de informação sobre o que está ocorrendo para 15% dos entrevistados. Destes, 49,6% não acreditam que as informações obtidas junto a essas lideranças sejam mais esclarecedoras que aquelas obtidas junto aos meios de comunicação, enquanto 45,6% confiam mais nas informações fornecidas pelas lideranças.
Para 66,3% das pessoas, a TV é o meio mais importante para se buscar informação.
62,9% admitiram que, algumas vezes, mudam seus pontos de vista a partir de informações transmitidas pelos meios de comunicação. Por outro lado, 26,5% nunca mudam seus pontos de vista em função das informações transmitidas pelos meios de comunicação.

Notícias do governo – Entre os entrevistados pela pesquisa, os que veem TV ou leem jornal são os que mais acompanham as notícias sobre o governo federal. Entre os que veem TV, 60,8% acompanham tais notícias e entre os leitores de jornal, esse índice é de 60,3%. O percentual de acompanhamento de notícias sobre o Governo Federal é relativamente menor na Internet: apenas 23,5% dos internautas admitiram acompanhar notícias sobre o Governo Federal na rede. O percentual de pessoas que acessam sites do Governo regularmente para buscar informações corresponde a 6,0%. Eventualmente, 14,3% dos internautas admitiram acessar sites do governo para obter informações, totalizando 20,3% que acessam sites do governo.

Relatório completo da pesquisa está disponível em: SECOM - Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

Publicado no Instituto FSB Pesquisa

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