
A presidenta do PT já deixou clara a posição de seu partido na disputa pelo comando da Câmara dos Deputados: nenhuma hipótese de acordo com Rodrigo Maia e o PSL de Bolsonaro, construir uma candidatura de oposição.
O que está principalmente em jogo, afinal, não são espaços parlamentares, mas o fortalecimento da resistência ao governo de extrema-direita e sua agenda, dentro e fora das instituições.
São lesivas ao campo popular qualquer confusão de identidade ou manobra que reduza a polarização contra o novo grupo hegemônico, liderado por Bolsonaro.
O deputado Rodrigo Maia, do DEM, é cúmplice público do programa econômico representado pelo novo presidente e faz parte de sua coalizão de governo.
Os partidos progressistas - PT, PCdoB, PSOL, PDT e PSB - devem deixar claro ao país seu antagonismo com essa aliança, forjando uma candidatura unitária. Se for possível atrair dissidentes de partidos centristas, ainda melhor.
Mas apoiar Rodrigo Maia seria capitulação desprezível, cujo resultado se refletiria em desânimo e desmobilização da base social de esquerda.
Ficar fora da mesa diretora é um preço alto na vida parlamentar. Virar as costas aos militantes e eleitores antifascistas, no entanto, constituiria conta muitas vezes mais elevada e desmoralizante.
Por Breno Altman no 247
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