3 de outubro de 2018

“Haddad precisa construir já uma frente democrática”


O jornalista Luís Costa Pinto explica o crescimento de Jair Bolsonaro e o atribui a fatores como o apelo pelo voto útil anti-PT, os ataques do PSDB e do PDT a Fernando Haddad e à blitzkrieg evangélica contra o candidato do PT a presidente; como saída ele propõe que Haddad deve encarnar, já, o papel de aglutinador de todo o polo democrático e independente do país; "Há tempo para unir. Há margem para isso. Esmorecer agora é entregar o país a um projeto fascista, desagregador, estúpido, violento. Fazer isso nos condenará a mais 21 anos de trevas - período que durou a noite da Ditadura Militar de 1964. À luta, às ruas, às trincheiras nas esquinas"

Por Luis Costa Pinto, em seu Facebook - Camaradas, o Datafolha confirma o Ibope. Logo, não apenas pelo fato relevante de se tratar de duas empresas acreditadas, mas sobretudo porque os resultados colhidos por metodologias sensivelmente diferentes, há algo se mexendo no país e fazendo-o adernar perigosamente para a direita.

Especulo, aqui, possíveis respostas parcias. A verdade pode estar em meio a elas, no meio delas, na média delas, na soma delas:

1. Há um voto útil anti-PT, conservador, já se realizando agora. Isso tem teto e é perceptível no estancamento de Alckmin, no declínio de Meirelles e Álvaro Dias e no represamento de Amoedo. Qualquer desses, num cenário normal e sem apelo por "resolver tudo" no 1o turno, poderia estar crescendo. Não crescem. Caem ou patinam. Esses votos estão se realizando, já, em Bolsonaro.

2. Há a favor de Bolsonaro uma evidente blitzkrieg evangélica, sobretudo das igrejas neopentecostais lideradas pela Universal e secundadas pela Sara Nossa Terra e por outras como Evangelho da Graça e Assembléia de Deus Madureira. É como se fosse uma vigília a pedir as trevas, o choro e o ranger de dentes. Desde a última sexta-feira diversos pastores dessas igrejas, e de outras, têm usado seus cultos para pedir votos em Bolsonaro, para converter eleitores na direção de uma infernal Vitória do patético e descerebrado capitão da reserva.

3. Estão fazendo efeito os ataques do PSDB e do PDT a Haddad. Somam-se a eles os editoriais desequilibrados como o da Folha de S Paulo e de O Globo publicados nos últimos dias (tentando traçar paralelos entre Haddad e Bolsonaro, como se os compromissos democráticos do candidato petista fossem frágeis e representasem os riscos reais que representam o ativismo tosco de direita, conservador e misógino, de Bolsonaro).

4. Haddad precisa realizar, de imediato, todo o seu potencial de candidato. Haddad é maior, potencialmente, que o PT. Haddad não pode representar apenas a pauta do resgate do legado de Lula - de fato, o melhor presidente da História do país. Haddad precisa encarnar, já, o papel de aglutinador de todo o polo democrático e independente do país. O candidato petista tem de conseguir reunir, numa frente ampla, o imenso arco democrático do Brasil. Ele existe. Haddad, nesse momento, tem de olhar mais para JK e menos para Lula. Mais para Arraes, que sempre se aliou à direita e governou com agenda progressista, do que para Dilma que venceu, mas entregou o país à quadrilha de Eduardo Cunha, Aécio e seus sócios ora ocupando os palácios brasilienses.

Há tempo para unir. Há margem para isso. Esmorecer agora é entregar o país a um projeto fascista, desagregador, estúpido, violento. Fazer isso nos condenará a mais 21 anos de trevas - período que durou a noite da DITADURA MILITAR DE 1964.

À luta, às ruas, às trincheiras nas esquinas.

No 247

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