24 de junho de 2018

Mario Augusto Jakobskind: Golpistas se reúnem em rango indigesto


É muito comum se utilizar o termo “rango indigesto”, que pode significar tanto a qualidade, como também uma crítica velada aos integrantes da refeição. Então, essa denominação vale perfeitamente para um jantar que reuniu nada mais nada menos do que Michel Temer, Rodrigo Maia, Aécio Neves e Moreira Franco.
Os referidos políticos participaram do rango indigesto para, segundo o jornalão O Estado de S. Paulo, debater a possibilidade dos partidos que representam – PSDB, PMDB e DEM - se unirem em torno de João Dória, o ex-prefeito de S. Paulo que abandonou o cargo para concorrer ao governo de S. Paulo e agora é mencionado para disputar a Presidência da República em lugar de Geraldo Alckmin, já que a candidatura dele não decolou e é tido como sem condições nem de sair do um dígito nas pesquisas até as eleições de 7 de outubro próximo.

PSDB, PMDB e DEM são realmente farinha do mesmo saco, apoiadores do projeto ”ponte para o futuro” em execução desde a ascensão golpista de Michel Temer no governo federal.

Mas como os seus representantes temem o julgamento nas urnas vão fazer o possível e o impossível para evitar a confirmação do repúdio popular ao que representam.

Na verdade, persiste o temor dos partidos mencionados aqui segundo o qual se não conseguirem se unir podem tentar outras formas, como o aprofundamento do golpe, para se manterem no poder e levar adiante o projeto que já fez o Brasil recuar muitas e muitas décadas.

Não é à toa também que a mídia comercial apoiadora incondicional do que vem sendo feito pelo projeto, que vai entregando de mão beijada as riquezas nacionais para empresas multinacionais, como acontece com o petróleo, diariamente manipula informações e omite fatos com o claro objetivo de fazer a cabeça de incautos que se deixam levar por críticas sem nenhum fundamento que aparecem tanto nos impressos como nos espaços eletrônicos.

Nesse sentido vale divulgar informação conhecida na imprensa portuguesa, e até agora não divulgada pela mídia comercial destas bandas sobre o posicionamento do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, de que a prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva é inconstitucional.

Cabe aqui, quando se reflete sobre a atualidade política, lamentar a morte de Waldir Pires, uma figura pública da Bahia, com projeção nacional desde muito tempo, mas que o Jornal Nacional da TV Globo ao se referir a morte do ilustre brasileiro simplesmente ignorou que ele foi chefe da Consultoria Geral da República no governo deposto de João Goulart, golpe este que contou com o apoio das Organizações da família Marinho, fato que também deve ser repetido sempre ao se referir a deposição de um presidente constitucional.

São poucos na atualidade os políticos brasileiros do gênero de Waldir Pires, daí não pode ser deixado de lembrar tudo que já fez pelo país, além de ter sido obrigado a se exilar depois da derrubada do presidente constitucional, em abril de 1964.

E o ex-chefe da Consultoria Geral da República, que antecedeu a atual Advocacia Geral da União (AGU), foi também Deputado federal, deputado estadual, além de Ministro de Estado e de ter exercido a cadeira de vereador, prestando serviços valiosos aos cidadãos de Salvador que representava quando morreu.

Por Mario Augusto Jakobskind no Brasil Popular

Nenhum comentário:

Postar um comentário