29 de abril de 2018

O Brasil arruinado e a esperança na cadeia


Todos os indicadores divulgados na semana passada foram eloquentes. O rombo fiscal de março, de R$ 24 bilhões, foi o maior da história. A taxa de investimentos, de 1,17% do PIB, é a menor em 50 anos. A produtividade do trabalhou despencou com o avanço da informalidade. E todas as projeções sobre crescimento da economia foram rebaixadas. Esse é o resultado do golpe de 2016, que já entra em seu terceiro ano e produziu a maior tragédia da história do Brasil. Um país que caminhava para ser a quinta maior economia do mundo decidiu promover a sua própria autodestruição, num fenômeno que ainda terá que ser estudado por muitos e muitos anos.

Vários questões serão colocadas. Como foi possível adestrar manifestoches para que uma presidente honesta fosse substituída por um consórcio de ladrões? Como a burguesia nacional aderiu a um golpe que destruiu seu próprio mercado interno? Por que analistas econômicos gritavam quando o País tinha desemprego baixo e equilíbrio fiscal e hoje se calam com desocupação recorde e o mais absoluto descontrole das contas públicas? Ignorância, má-fé e preconceito são elementos que compõem a tragédia. Mas, evidentemente, há também o papel do imperialismo, que decidiu promover a destruição do País por meio da colaboração judicial com o Brasil.

No Brasil de hoje, quem tem o poder é rejeitado por 94% dos brasileiros segundo a mais recente pesquisa Ipsos. Paralelamente, aquele que representa a esperança de dias melhores para 31% dos brasileiros, segundo o Datafolha, e mais de 40%, segundo o Vox Populi, está na cadeia. Enquanto isso, os brasileiros vão tocando sua vida de gado. Povo marcado, povo feliz. Os empregos escasseiam, o futuro das próximas gerações parece condenado, milhões voltam à miséria e alguns já voltam até à Idade da Pedra. Dois dados também divulgados na semana passada revelam que 1,2 milhão voltaram a queimar lenha para cozinhar e que 6% dos brasileiros moram de favor, porque não conseguem pagar aluguel nem financiamentos imobiliários.

Houve um tempo, no entanto, em que o Brasil era feliz. Um operário, sem educação formal e com nove dedos, governava com 87% de aprovação popular. O Brasil era respeitado, admirado e invejado no mundo inteiro. Este mesmo personagem era chamado pelo líder do Império de "o cara". Com a descoberta do pré-sal, o Brasil caminhava para se tornar uma das maiores potências globais, levando um discurso de paz ao mundo, aproximando países da América do Sul e da África. Mas era bom demais para ser verdade. A elite e boa parte da classe média nacional, movidas por seu preconceito, decidiram transformar o Brasil na escória do planeta. O Brasil acaba de abandonar a Unasul. A Petrobras vem sendo esquartejada e entregue aos pedaços. O golpe nos governa e a esperança está aprisionada numa torre em Curitiba. - Leonardo Attuch no Brasil 247

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O documentarista Celso Maldos liberou um vídeo inédito do ex-presidente Lula discursando no Primeiro de Maio de 1986; o vídeo foi distribuído para todos os estados do país e será projetado em telões nas manifestações nacionais pela liberdade do ex-presidente Lula; Maldos afirma que, onde não houver telões, o áudio será passado pelo sistema de som; o documentarista revela que também distribuiu o material para centrais sindicais do mundo todo e que o Primeiro de Maio com Lula Livre e com as imagens históricas e inéditas de Lula terá impacto mundial; no vídeo, que segue nesta matéria, Lula encerra seu discurso dizendo "Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós"

O documentarista também informa que o vídeo foi distribuído para as centrais sindicais do mundo todo, França, Alemanha, Reino Unido, EUA, Argentina, Espanha, Portugal e vários outros países. O vídeo também foi enviado para organizações de defesa de direitos humanos e entidades que apoiam os direitos civis.

Celso Maldos conta que propôs inicialmente ao pessoal do acampamento de Curitiba, via Gilberto Carvalho, a projeção de um discurso inédito de Lula do primeiro de maio de 86. Conta que eles gostaram e pediram para que a parceria fosse estendida à CUT.

Foi aí que Maldos teve a ideia de distribuir o vídeo para todos os estados do Brasil para que as manifestações do Primeiro de Maio deste ano fossem impregnadas da voz de um Lula histórico e inédito (e livre).

O documentarista diz que de uma fala de 35 minutos, ele editou 13. O vídeo foi compartilhado com antecipação e exclusividade em território nacional para o Brasil 247 e segue ao final desta matéria. Para a mídia estrangeira, Maldos compartilhou o vídeo com a BBC, a Telesur e a Al Jazeera.

Ao ver a demanda pelo material, Maldos, então, decidiu distribuí-lo para o mundo todo, recorrendo as suas históricas ligações internacionais com as centrais sindicais e movimentos de direitos humanos, uma vez que produziu documentários para algumas dessas entidades.

Celso Maldos comenta que a última frase de Lula nesse discurso histórico de 1986 é “Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós”, evocação do hino da Proclamação da República que, 3 anos depois, seria imortalizado pela escola de samba Imperatriz Leopoldinense, campeã do carnaval carioca daquele ano, com o samba enredo composto por Niltinho Tristeza, Preto Jóia, Vicentinho e Jurandir. - 247

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