Jornal GGN - O advogado Cristiano Zanin enviou nota à imprensa nesta quarta (18) afirmando que "mais uma nulidade no processo foi gerada hoje", quando o Tribunal Regional Federal da 4ª Região rejeitou, sem sequer analisar o mérito, os embargos dos embargos contra a sentença do caso triplex.
No recurso, a defesa de Lula mostrou vários malabarismos que foram feitos para levar o petista à prisão. Mas os desembargadores sequer se debruçaram sobre as obscuridades e omissões apresentadas na peça. Simplesmente argumentaram que embargos de embargos são recursos "protelatórios" que raramente são aceitos pela Justiça.
Embargos dos embargos expõem os malabarismos para condenar Lula
Leia a nota completa abaixo:
“Mais uma nulidade no processo foi gerada hoje (18/04) pelo fato de o Tribunal Regional Federal da 4ª. Região (TRF4) não ter conhecido (não ter analisado o mérito) dos embargos de declaração apresentados no prazo legal pela defesa do ex-presidente Lula. Em 38 páginas demonstramos que ainda havia aspectos relevantes sem apreciação pelo TRF4.
No início da sessão de julgamento a defesa questionou, sem êxito, o fato de os embargos estarem sendo julgados sem a presença do Desembargador relator. Ainda que o julgamento em tal circunstância seja permitido pelo Regimento Interno do TRF4, conforme exposto na questão de ordem formulada, seria recomendável a presença do Relator, uma vez que o recurso tinha como foco o voto por ele proferido no julgamento anterior, que fora acompanhado pelos demais Desembargadores da 8ª. Turma.
Nenhum recurso em processo criminal que busque a apreciação de provas de inocência pode ser considerado protelatório.
O julgamento dos embargos de declaração na data de hoje também demonstrou que a determinação de cumprimento antecipado de pena imposta a Lula ocorreu antes do exaurimento da segunda instância. O TRF4 apenas esgotará sua jurisdição após realizar o exame de admissibilidade dos recursos dirigidos às instâncias superiores, que serão interpostos no prazo legal.
Esses recursos terão por objetivo, dentre outras coisas, o reconhecimento da inocência de Lula, uma vez que a condenação a ele imposta, mesmo levando em consideração os fatos analisados pelo TRF4, colide com a lei e com a Constituição Federal.
Também estão sendo tomadas todas as medidas cabíveis para que seja revertida a pena antecipada que Lula está sendo obrigado a cumprir em manifesta afronta ao artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal”.
CRISTIANO ZANIN MARTINS
Advogado do ex-presidente Lula
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