23 de janeiro de 2018

Lula participa de ato no centro de Porto Alegre nesta terça-feira (23)


A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, confirmou, no fim da tarde desta segunda-feira (22), a vinda do ex-presidente Lula a Porto Alegre para a manifestação que antecede seu julgamento no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). Segundo a CUT, Lula chegará nesta terça e deve se dirigir ao público no final da tarde, em ato previsto para iniciar no Largo Glênio Peres, no centro da Capital, e seguir para a Esquina Democrática.

“Isso multiplica o entusiasmo da militância aqui. Mais de 500 caravanas já estão mobilizadas para estar [em Porto Alegre]. Obviamente, a presença do presidente Lula dá um peso muito importante ao ato”, diz Alexandre Padilha, vice-presidente do PT. O ex-presidente teria tomado a decisão como forma de agradecimento ao apoio e solidariedade que vem recebendo.

Lula estará ao lado de outras lideranças de esquerda que também tem nomes cotados em candidaturas para as eleições de outubro. O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, e a deputada estadual Manuela D’Ávila (PC do B) estão entre os nomes confirmados. Depois das falas, o ato seguirá em marcha até o acampamento em apoio ao petista, montado no Anfiteatro Pôr-Do-Sol.

Segundo Padilha, Lula retorna a São Paulo ainda na terça-feira à noite e não participa da caminhada. Na quarta, dia do julgamento, ele participará de um ato na capital paulista, previsto para iniciar às 17h, na Praça da República e seguir até a Avenida Paulista.

Lula será julgado em segunda instância por um trio de desembargadores do TRF4, por suposto recebimento de propinas por meio de um apartamento triplex em Guarujá (SP). Denunciado pelo Ministério Público Federal ainda em 2016, Lula foi condenado pelo Juiz Sérgio Moro em julho de 2017. Agora, a 8ª Turma dirá se mantém ou não a condenação a 9 anos e 6 meses de prisão.

Padilha adiantou ainda que, independente do resultado do julgamento no TRF4, no dia 25 de janeiro, o PT já tem uma reunião exclusiva convocada com toda a diretiva nacional, para reafirmar a candidatura de Lula à presidência. O encontro contará com governadores, deputados, senadores do partido e entidades convidadas, como a UNE e o MST. O evento será transmitido ao vivo pela internet.

Em seguida, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que é cotado como possível plano B do partido, caso Lula seja impedido de concorrer, irá apresentar um calendário de governo, com debates que o PT pretende trazer para as eleições. A tributação e as reformas de Michel Temer (MDB) estão entre os temas previstos. Além disso, a legenda pretende acelerar a construção de frentes de esquerda, visando a greve geral prevista para fevereiro, contra a reforma da Previdência.

“Está claro que esse fura-fila deu uma injeção de ânimo na mobilização de esquerda”, avalia Padilha. Para ele, o primeiro dia de mobilizações em apoio a Lula foi marcado de vitórias. A primeira, seria uma vitória política: a marcha que amanheceu com o MST entrando em Porto Alegre, ocorreu de forma pacífica, ao contrário da mensagem que o forte esquema de segurança mandava. A segunda seria o fato de não haver debates de juristas de renome que apoiem à sentença de Sérgio Moro.

Ele não quis comentar as possibilidades do placar do julgamento, se limitando a declarar que espera que os desembargadores tenham uma postura “coerente” a outras medidas que vêm sendo adotadas pela Justiça Federal. “Única expectatica [com o TRF4] é que venha a absolver o presidente Lula”.

Fernanda Canofre no Sul 21

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