2 de dezembro de 2017

Quem quebrou o Rio foi o Moro

Wadih: indústria naval empregou 40 mil. Hoje, são 2 mil...

Principal responsável pela falência do Rio é a Lava Jato


Não há sombra de dúvida quanto à gravidade das acusações contra o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, vários de seus assessores e secretários, Jorge Picciani e demais próceres do PMDB fluminense. Tudo leva a crer que formam uma quadrilha de larápios do erário.

No entanto, mantenho a mesma opinião emitida em praticamente todas as prisões provisórias e preventivas realizadas no âmbito da Lava Jato, ou em operações derivadas : elas são feitas ao arrepio da Código Penal, do Código de Processo Penal e da Constituição.

A lei prevê prisões cautelares, temporárias ou preventivas, apenas em casos excepcionais. Deviam ser, portanto, exceções e não regra como nos tempos de estado de exceção em que vivemos.

Diz o senso comum que o estado do Rio de Janeiro, outrora segundo estado do país em termos de pujança econômica - visto por muitos como a capital cultural do país e tambor de ressonância dos fatos políticos – faliu devido à roubalheira do esquema de Cabral e companhia. Esse diagnóstico, além de pecar pelo simplismo, é falso. É evidente que a corrupção é um dos fatores que levaram o Rio ao calvário atual, mas nem de longe é o elemento central a explicar o fenômeno.

Além da gestão incompetente do PMDB, incapaz de provisionar recursos em tempos de bonança, a queda vertical na cotação internacional do valor do barril do petróleo provocou forte abalo na receita do estado. Como se sabe, na condição de grande produtor nacional de petróleo, o estado faz jus ao recebimento de royalties e participações especiais.

Há fortes indícios também de que o grau de endividamento do governo gerado pelas obras e investimentos para os grandes eventos tenha violado as regras da boa governança, provocando um passivo nas contas públicas que vem sendo rolado mês a mês, o que gera mais endividamento junto ao mercado financeiro.

Mas nada se compara, no que se refere a ações deletérias sobre a economia fluminense, à atuação da Lava Jato. Esbanjando ignorância acerca de questões econômicas e insensibilidade para o drama de milhões de cariocas e fluminenses que vivem de seu trabalho, Moro e os procuradores fascistas de Curitiba, sob o pretexto de combater a corrupção, destruíram o setor de engenharia, óleo e gás, destacados ramos de atividade da economia do estado.

Ao “jogar fora a água da bacia com o bebê junto”, criminalizando não só os executivos, mas também a Petrobras e diversas empreiteiras de ponta, a Lava Jato afugentou investidores e manietou as companhias. Não há nenhum exagero, portanto, em dizer que a Lava Jato quebrou a economia do Rio. Não por acaso as últimas pesquisas mostram o estado como um dos líderes nacionais em desocupação.

O governo golpista de Temer e sua bancada no Congresso completaram o serviço acabando com o fim da obrigatoriedade do conteúdo nacional no setor, gerando empregos no exterior, e desemprego em larga escala no Brasil. Hoje, o setor naval do estado do Rio, que revigorado pelos governos do presidente Lula chegou a empregar 40 mil pessoas, é o retrato do abandono, empregando não mais de 2 mil trabalhadores.

Se isso não é crime de lesa-pátria, o que mais será?

Wadih Damous – deputado federal e ex-presidente da OAB-RJ (no PHA)
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Globo volta a ser citada como pagadora de propina no julgamento de Marin

Mais uma das testemunhas de acusação do julgamento do ex-presidente da CBF José Maria Marin no escândalo de corrupção da Fifa citou a TV Globo em suposto esquema de pagamento de propinas por direitos de transmissão da Copa América e da Copa Libertadores.

José Eladio Rodríguez, ex-braço direito de Alejandro Burzaco, o empresário argentino dono da Torneos y Competencias, disse que a T&T, uma offshore desse grupo de marketing esportivo, foi criada na Holanda para receber pagamentos de grupos de mídia, entre eles a emissora brasileira, que então seriam desviados aos chefes do futebol.

Os valores, segundo Rodríguez, eram inflados na venda dos direitos a essas empresas para disfarçar o volume de verbas ilícitas embutida nos contratos.

Rodríguez reconheceu José Maria Marin, ex-presidente da CBF que agora está sendo julgado em Nova York, como um dos que receberam propina. Ele citou ainda Marco Polo Del Nero, atual chefe do futebol brasileiro, e Ricardo Teixeira, que abandonou o mesmo cargo há cinco anos sob uma série de suspeitas.

Nas planilhas da contabilidade paralela da Torneos y Competencias, examinadas em detalhe pela acusação diante do júri, os cartolas apareciam sob o nome "iluminados". Era a designação secreta de Rodríguez para destinatários de pagamentos -durante anos, a testemunha foi responsável por executar as transferências seguindo as instruções de seu ex-chefe.

Nos exercícios fiscais sob a rubrica "iluminados", a palavra Globo aparece pelo menos quatro vezes, associada a pagamentos que chegam a US$ 12,8 milhões relativos aos direitos da Libertadores e da Copa Sul-Americana. (...) - PHA

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