Estudantes irão para as ruas para construir mais uma Jornada de Lutas, de 11 a 15 de agosto, semana do estudante
Após três dias de
intensos debates, a 64ª edição do Coneg da UNE, que se encerrou no
último domingo (17), em São Paulo reafirmou a unidade estudantil na luta
contra o governo golpista de Michel Temer, com a convocatória de uma Jornada de Lutas a ser realizada de 11 a 15 de agosto, semana do estudante.
Os retrocessos na educação com a presença de Mendonça
Filho à frente do MEC e o ataque direto à democracia representado pelo
projeto Escola Sem Partido também foram destacados pelos estudantes, de
forma unânime, como pautas a serem fortemente combatidas nas ruas.
‘’Mesmo com todos os problemas que enfrentamos na educação, Mendonça
Filho assume o Ministério para aplicar um projeto que vai contra o
modelo de universidade e educação que queremos. O projeto de lei “Escola
Sem Partido” que é um ataque direto a democracia e uma descarada
censura àquelas que lutam em defesa de uma educação pública e de
qualidade no país. Precisamos seguir o exemplo dos secundaristas no
Brasil e ocupar as ruas em defesa da educação pública, e mais do que
nunca, a unidade é essencial para derrotarmos o Governo golpista de
Temer e suas políticas privatistas’’, diz a carta convocatória aprovada
na plenária final do Coneg.
De forma unificada o
movimento estudantil vai ocupar as ruas do Brasil com foco e muita
combatividade pelo “Fora Temer!”, “Fora Mendonça!” e contra a “Lei da
Mordaça’’.
MOÇÕES APROVADAS
Foram aprovadas durante a plenária final do Coneg, duas moções que tratam também da luta por universidades melhores em todo país.
Na moção intitulada ”Universidade contra o fascismo”,
os estudantes discorrem sobre os recentes casos de violência contra
estudantes negros e LGBT ocorridos recentemente, como o assasinato do
jovem Diego Vieira Machado, cujo corpo foi encontrado com sinais de
espancamento no campus do Fundão, da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ).
”Construímos dias de luta em todo o país, em memória dos nossos que tiveram suas vidas violentamente interrompidas pelo racismo e LGBTfobia. Portanto, a UNE deve realizar um dia nacional de mobilizações contra o fascismo, racismo, machismo e LGBTfobia nas universidades. Propomos que a construção do dia 11 de agosto, Dia Nacional do Estudante carregue e fortaleça essa luta”, diz o documento.
A segunda moção presta solidariedade à ocupação do
campus Praia Vermelha, na UFRJ, que segue ocupado por estudantes deste o
último dia 13 de julho. A ação deve-se à utilização do campinho de
esportes da universidade como sede de operações de segurança durante os
Jogos Olímpicos e Paralímpicos.
O documento afirma que ”a construção dos Jogos é
sustentada por diversas violações aos direitos humanos no que tange
questões de moradia, mobilidade, trabalho, esporte, segurança pública,
informação, participação e economia. Por exemplo, nas remoções da Vila
Autódromo ou em qualquer processo de exclusão que já existe na nossa
cidade, onde o acesso aos serviços de moradia, lazer, cultura e
transporte ficam cada vez mais precarizados, sobretudo nas periferias –
que são submetidas diariamente à violência causada pela presença de um
aparato militar de repressão e controle”.
→ Ainda foram aprovadas resoluções de educação e conjuntura na 64ª edição do CONEG.
Foto: Rebeca Belchior – CUCA da UNE
Nenhum comentário:
Postar um comentário