Em meio aos esforços para lançar um
novo partido, a deputada critica ainda o PT e os movimentos sindicais,
que teriam sido “domesticados”
Para a deputada federal Luiza Erundina
(PSB-SP), a reforma e a democratização dos meios de comunicação no
Brasil são “mais importantes que a reforma agrária e urbana” pois,
segundo ela, “no dia em que se fizer a reforma e a democratização das
comunicações sociais no Brasil, teremos força política para fazermos
todas as outras reformas estruturais que o Brasil deve à sociedade
brasileira.”
Camilla Feltrin - Contexto Livre
A parlamentar participou de um seminário para discutir a dívida pública
brasileira, realizado no último final de semana em São Paulo, e falou
também sobre o quadro político em Brasília. “Parte da crise deste
momento no país é a desmobilização da sociedade civil”, afirmou.
Ex-prefeita de São Paulo pelo PT entre 1989 e 1992, Erundina creditou o
problema também a uma desmobilização de alguns setores. “Se domesticou
o movimento sindical, inclusive, por governos ditos democratas
populares, caso do Partido dos Trabalhadores e as esquerdas do país.
Hoje não se tem mais oposição sindical, situação sindical. O 1º de maio
nós sabemos como é celebrado. É com festas, shows muito caros, sorteio
de automóveis e apartamentos”.
Prestes a completar 81 anos, Luiza Erundina revelou ainda que começará a
coletar assinaturas para a criação de um novo partido do qual fará
parte, o Raiz Movimento Cidadanista. O começo da coleta será no Fórum
Social Mundial, em Porto Alegre (RS), em janeiro de 2016. Serão
necessárias quase 500 mil assinaturas para criar o que seria o 35º
partido brasileiro.
A nova agremiação política é uma dissidência da Rede, encabeçada por
Marina Silva, e surgiu após a ex-ministra apoiar o candidato tucano
Aécio Neves no segundo turno presidencial, em 2014.
Erundina afirma que a nova agremiação é de esquerda e adepta do
“eco-socialismo”: “a ideologia que permeia essa organização é o
socialismo atualizado na sustentabilidade, na questão ecológica
ambiental e preservação da natureza”.
Camilla Feltrin - Contexto Livre
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