Um apagão inexplicável, até agora, atingiu a seleção brasileira no jogo contra a Alemanha, nesta terça-feira, pelas quartas de final da Copa do Mundo. Com a goleada histórica de 7 x 1, o Brasil deixou escapar a chance de ser hexacampeão, dentro de casa, na Copa das Copas.
A derrota diante da Alemanha na semifinal coloca o dia 8 de julho na história do calendário dos Mundiais de futebol. Em 29 minutos do primeiro tempo, o time de Joachim Löw já havia liquidado a fatura ao abrir uma margem de cinco, sem oferecer a menor chance ao Brasil. O sexto e o sétimo vieram na metade do segundo tempo. O gol de honra brasileiro só saiu aos 44 do segundo tempo
A maior goleada já sofrida pela seleção brasileira em Copas. Foi igualada a maior goleada já sofrida nos 100 anos de seleção brasileira (um 6 x 0 contra o Uruguai em 1920). A Alemanha tratou o Brasil como a Espanha fez com o Taiti na Copa das Confederações, em 2013.
A seleção de Luiz Felipe Scolari sentiu a falta de Neymar Jr., o camisa 10, internado com uma vértebra lombar quebrada com a entrada dura do lateral Zúñiga, do Chile, na semana passada. Bernard entrou em campo com a responsabilidade de substituir o craque. Não conseguiu. A escolha aparentemente ofensiva do técnico Felipão foi um doce de côco para a esquadra germânica, que tocou bola na pequena área brasileira, nos três primeiros gols.
A rapidez dos alemães e a agilidade com que passavam a bola, na frente dos jogadores brasileiras, mostrou a fragilidade da retaguarda canarinho. Desconcertado, o sistema de marcação parou de funcionar, os buracos aumentaram cada vez mais e mais bolas chegavam ao gol.
O primeiro gol saiu aos 11 minutos de jogo, dos pés do artilheiro Thomas Müller, que marcou seu quinto na competição. O segundo demorou 12 minutos, de um chute de Klose, aos 23. O terceiro desmontou o Brasil, um minuto depois, no toque de Kroos para o fundo da rede. O quarto, do mesmo Kroos, aos 26. Aos 29, Khedira fez o quinto. No segundo tempo, aos 24 e aos 34, Schürrle aumentou para 7 x 0.
Havia desabado um viaduto sobre a seleção do Brasil. O gol de honra, de Oscar, saiu aos 44 do segundo tempo.
‘Alemanha, acima de tudo’
Só no primeiro tempo, dos dez chutes a gol da Alemanha, metade passou por Julio Cesar e foi descansar no fundo da rede. O Brasil finalizou apenas duas vezes.
No segundo, o time voltou com Ramires e Paulinho no lugar de Hulk e Fernandinho. Mostrou mais empenho e mais capacidade técnica. Pararam nas mãos do goleiro Manuel Neuer, em três defesas difíceis. “Deutschland, über alles” (Alemanha, acima de tudo), gritavam os torcedores, antes de humilharem os anfitriôes com gritos de “Brasil! Brasil! Brasil”, após o sétimo gol marcado.
Não teve um vilão dentro de campo. Até dois minutos antes da abertura do placar, o time da casa mostrava até vontade e uma postura aguerrida. Faltava técnica e capacidade de penetração na retaguarda alemã.
Nesta Copa, Klose quebrou o recorde de Ronaldo, o Fenômeno, ao marcar seu 16º gol em copas, tornando-se o maior recordista de tentos marcados em mundiais. A elasticidade do placar foi inédita. Nunca um time abriu, antes dos 30 da etapa inicial, 5 x 0. Para piorar, a seleção alemã passou a brasileira como equipe que mais marcou gols na história das copas, 221 a 220.
Para a história das Copas, uma partida memorável. Para os brasileiros, um pesadelo impossível de ser esquecido. Quem imaginava passar vergonha na Copa por problemas de fora do campo não esperava passar um apuro desses dentro do gramado.
do Correio do Brasil
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