9 de julho de 2011

#Eblog x #RioBlogProg: Uma carta aos companheiros

Raphael Tsavkko Garcia, companheiros, blogueiros e demais militantes de nossa querida esquerda nacional.
Há muito o que dizer e não sou um escritor ou mesmo um jornalista. Talvez um ponto a meu favor seja o de, parafraseando Leonel de Moura Brizola, dizer que venho de longe. Não tão longe quanto ele e nem com a mesma intensidade disso estou certo, mas penso que alguns caminhos foram percorridos.
Acredito firmemente que os que tem as mesmas bandeiras deveriam marchar sempre unidos, coesos e jamais desviar o foco dos objetivos.
Também sempre procuro tomar muito cuidado com o "canto das sereias", emanado por fortíssimas mídias que só a direita dispõe, para nos envenenar e pautar.
Para que isso ocorra a contento, uma reflexão quanto ao processo histórico e ao atual contexto podem certamente nos auxiliar bastante.
A realidade é que continuamos a falar para nós mesmos e eles para todos, inclusive nós. E que além de estarmos divididos em muitas siglas, grupos e partidos, não temos o povo como aliado.
Pelo menos por enquanto o povo é aliado sim dos recordes de emprego formal, da ascenção à classe média, de um contingente de 28.000.000 de pessoas que passaram a se alimentar, entre outros sucessos da era Lula. Não sabem o que é esquerda ou direita e qual a função de um vereador.
E se o "tsunami" neoliberal que está assolando a Europa chegar por aqui, mudam o voto imediatamente.
"Fiquemos espertos" diria o meu filho. Sem povo não há revolução.
Sem educação e sem mídia de qualidade não há povo consciente e politizado.
E quem poderia politizar, conscientizar ou educar não tem os meios para isso.
Daí a angustia em que vejo todos nós mergulhados.
Com o golpe de 1964 e a mudança radical nos rumos do país para atender aos caprichos das elites paulistas e do governo dos EUA, hoje o Brasil é um país "capitalista selvagem", escravista, racista, excludente socialmente falando, que sequer livre concorrência permite.
Além de ter sido o seu povo, a partir do golpe de 1964, submetido a um processo de despolitização por meio das empresas, escolas, universidades e o controle estratégico da informação.
Quanto ao motivo que me levou a responder ao Tsavkko e escrever este texto, ou quando questionado pelos companheiros de esquerda, eu tenho sempre a dizer o seguinte:
1 - Sem aceitar os apoios de Sérgio Cabral(PMDB), Marcelo Crivela(IURD) entre outros aqui no RJ, Dilma teria ganho a eleição? Temos que levar em
consideração que em São Paulo e Minas Gerais, que são os maiores colégios eleitorais do país, o PT perdeu. Sem povo não há revolução.
2 - Sem o apoio de Sarney, Moreira Franco, Temer, Collor, Jader Barbalho, e do maior partido(?) do país que é o PMDB, Dilma estaria eleita e teria ganho no norte ou nordeste? Sem povo não há revolução.
3 - Que possibilidades há para se eleger, governar, aprovar medidas provisórias, projetos de lei, realizar-se audiências públicas, fazer qualquer coisa neste caos que é o brasil que herdamos da direita, sem o apoio desta gente? Sem povo não há revolução. Quer gostemos ou não deles, sejam sapos ou príncipes, foram todos eleitos. Sem povo não há revolução. E nós não temos mídia. Não formamos opinião. Não temos educação.
E o fato é que se qualquer atitude diferente destas que o PT vem tomando desde 2000 pelo menos, causando centenas de desfiliações e nos fazendo engolir sapos pela vida a fora nos embates com a direita, não fosse adotada como estratégia, neste exato momento estaríamos todos governados por torturadores, fundamentalistas e entreguistas históricos.
Talvez depois de dizer isso provavelmente terei pesadelos ao dormir mas agora é tarde.
Quanto a união das esquerdas, vejo hoje como uma saída para se acelerar o processo de aperfeiçoamento das instituições democráticas.
A reforma política que libertaria os políticos sérios do fisiologismo e do capital. A educação de qualidade e democratização da mídia que libertaria o nosso povo da alienação, do consumismo e do individualismo.
Afinal de contas não era Jesus que dizia que a verdade liberta?
Mas está muito difícil. Observo por exemplo na rede, onde posso me comunicar, informar e ser informado, que alguns grupos esqueceram os problemas brasileiros e se mudaram virtualmente para a Venezuela. Outros como os blogueiros progressistas, fenômeno pelo menos para mim que na década de 70 convivia com agentes do DOPS nas salas de aula, lindíssimo, mal se uniram e já estão se desmembrando.
Quanto a organização da militância, por mais que eu tente, não consigo um simples contato para incluir um twitter no blog do grupo e por aí vai.
Já notei que também os militantes não se seguem e não sei como conseguem se comunicar.
Quanto aos partidos políticos, PCB, PSTU, PSOL, PCdoB, PSB e PT, são como água e óleo. Um bom exemplo do desastre que isso pode representar é o fenômeno que ocorreu na última eleição presidencial em que Marina Silva com a ajuda do PIG, quase leva o Serra à vitória.
Não há um ser vivo, entre os integrantes destas correntes de esquerda, que não dê sua vida por inclusão social, reforma agrária, saúde e educação pública de qualidade, ou pela democratização da comunicação.
Bandeiras e projetos comuns às esquerdas e que a direita nunca permitiu que realizássemos no Brasil.
Sem povo não há revolução. Em Cuba havia participação popular e por lá se fez a revolução. Uma revolução aqui no Brasil, agora, só pelas vias desta democracia que temos aí, que como diz o Carlos Eugênio Paz(ALN), trata-se de uma democracia "domesticada".
Para concluir que o tema é vasto e riquíssimo, posso dizer que esta é a minha visão do contexto atual e espero que também uma colaboração no sentido de se unir os blogueiros progressistas e demais correntes de esquerda. Um sonho que carrego, e que me fez já em 2008 a criar uma comunidade no Orkut, com o nome de "Esquerda Unida do Brasil" - http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=51303360 .

Sabemos quem são eles.
Sabemos o que queremos.
Esquerda unida jamais será vencida.
Fortes abraços do Luiz Claudio Souza
 - BlogueDoSouza

2 comentários:

  1. Havia respondido por e-mail a estes comentários... O autor do blog poderia atalizar o post com os comentários.

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  2. Quanto ao autor do comentário acima, informo que aqui é o espaço para que os leitores do blog façam os seus comentários com respeito ao que leram nos artigos postados. Quanto a mensagens que me enviam por correio eletrônico eu respondo da mesma forma, ou seja pelo correio. Mas sinceramente se não respondi alguma que me tenha sido enviada, é porque ainda não recebi a correspondência referida. Obrigado por comentar o artigo, mesmo que como foi dito, por correio eletrônico.

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