17 de maio de 2011

Escolas começam a trabalhar tema da orientação sexual

Entre os anos de 1948 e 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS) classificava a homossexualidade como um transtorno mental. Neste período, usava-se o termo “homossexualismo” para referir-se à orientação sexual de uma pessoa. Vale ressaltar que o sufixo “ismo” significa “doença”, uma “patologia”. Há exatos 21 anos, ou seja, em 17 de maio de 1990, a assembleia geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) aprovou e oficializou a retirada do Código 302.0 (Homossexualismo) da CID (Classificação Internacional de Doenças), declarando oficialmente que “a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio”. - APOGLBT SP

Estudantes irão utilizar kit anti-homofóbico distribuído pelo MEC a partir do segundo semestre.
Como forma de reconhecer a diversidade sexual e combater o preconceito, seis mil escolas deverão usar, a partir do próximo semestre, um material anti-homofóbico do Ministério da Educação (MEC). Vídeos que tratam de transexualidade, bissexualidade e da relação entre duas meninas lésbicas deverão ser debatidos nas salas de aula do ensino médio. Também será distribuído um guia de orientação aos professores.

O projeto contou com algumas reações conservadoras, personificadas principalmente no deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), que distribuiu na última semana panfletos em escolas do Rio de Janeiro em que se coloca contra o chamado kit anti-homofobia. “Bolsonaro tripudia famílias que têm filhos homossexuais ou filhos que não correspondem aos papéis de gênero instituídos”, criticou o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), da Frente LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) da Câmara, à Carta Capital. Para ele, a defasagem educacional do país faz com que a adesão ao discurso homofóbico cresça.
Na contramão de Bolsonaro também está a conclusão de uma audiência pública sobre preconceitos e discriminações na educação brasileira.
Realizada na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, no início de maio, a audiência ressaltou que a escola é um dos principais espaços onde surgem atitudes homofóbicas.

A coordenadora do Projeto Escola sem Homofobia, da ONG Ecos - Comunicação em Sexualidade, Maria Helena Franco, disse, na ocasião, que "além de reproduzir, a escola cria homofobia”, segundo informações da Agência Brasil. Para ela, os professores brasileiros não são preparados para lidar com o tema em sala de aula e não dispõem de material didático que possa auxiliá-los.

“O mais importante é as pessoas de casa saberem que o material do MEC não vai fazer proselitismo, mas vai assegurar uma escola mais democrática. Não se pode descolar assassinatos de homossexuais no país do tipo de discurso, sustentado não só por Bolsonaro, mas também pela bancada de pastores da Câmara”, completou Wyllys.

O deputado Wyllys avalia, ainda, que a reação antigay aparece de modo mais forte por causa do aumento das conquistas do movimento LGBT dos últimos tempos. Há pouco mais de dez dias, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a união civil homoafetiva.

Fonte: União da Juventude Socialista / Portal Aprendiz

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