17 de abril de 2011

A tal democratização da comunicação passa pelo fortalecimento da blogosfera

   
Por Cristina P. Rodrigues 
A principal motivação de blogueiros para se organizarem é o fortalecimento de um espaço onde se pode fazer comunicação livremente. Para mostrar que este espaço pode produzir comunicação de qualidade, sem os vícios e as amarras dos grandes meios de comunicação, e para que este espaço tenha cada vez mais representatividade e influência, organizou-se, no ano passado, o I Encontro de Blogueiros Progressistas, em São Paulo. Desde então, a blogosfera só faz crescer, e vem sendo reconhecida por muita gente. Desde o ex-presidente Lula, que, ainda no cargo, concedeu uma entrevista coletiva exclusiva a blogueiros, até o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, que fez o mesmo duas vezes desde que eleito, passando por diversas outras demonstrações de importância.
Os blogueiros vêm ganhando relevância não apenas no fechado mundinho da internet. Eles vêm, aliás, mostrando que a internet não é um mundinho tão fechado assim, muito pelo contrário. A blogosfera passou a influenciar na agenda política do país, em maior ou menor grau.
Isso não porque um ou outro blog tem muitos leitores, mas porque temos centenas, milhares de blogueiros que formam uma grande rede que repercute e fortalece o debate. Um blogueiro que fale para 100 pessoas de repente fala para mil, 100 mil… Sabe-se lá quantos têm acesso à informação de um blog pelos tuíters da vida.

O principal não é nem a audiência de um blog, comparando à de um grande portal. Eduardo Guimarães perguntava hoje, durante o Encontro de Blogueiros Progressistas de São Paulo, quando, antes do fortalecimento dos blogs e das tais redes sociais da internet, se conseguia falar simultaneamente para 100 pessoas. Isso é o principal. A audiência e a credibilidade se conquistam aos poucos. O grande negócio é que hoje temos espaço para fazer de graça o que antes exigia um investimento muito grande. Temos a possibilidade de escrever e publicar informação ou opinião. Quebramos um paradigma. Diminuimos a distância entre consumir e produzir. Podemos ser todos receptores e produtores de informação.
E isso é fantástico. Quanto mais vozes tivermos, não importa o tamanho do público de cada uma, mais democrático é o cenário da nossa comunicação. É isso que chamamos de democratização da comunicação e por que lutamos. Não queremos quebrar os monopólios por birra ou inveja, mas porque queremos que mais gente fale. Para que não tenhamos um ou dois donos da verdade a repercutir uma visão determinada de mundo.
Isso, claro, não se faz apenas pela internet. Puxo a brasa pro meu assado, mas não sem deixar de reconhecer o importante papel de rádios e TVs comunitárias e jornais alternativos, que lutam muito para se manter, geralmente com bastante dificuldade. Mas é inegável a transformação trazida pela rede, especialmente pelo baixo custo que ela exige.
Claro que não foi uma revolução e ainda enfrentamos uma luta muito grande contra a concentração da comunicação. Não se quebram oligopólios só com boa vontade de uma hora para outra. A queda de braço é muito dura, e está apenas no começo. Enfrentemos.
———–
E vem por aí o I Encontro de Blogueir@s e Tuiteir@s do RS. Em breve, mais informações.
Fonte: Somos andando

Nenhum comentário:

Postar um comentário