27 de março de 2018

Marcha americana contra as armas fortalece Lula e detona Bolsonaro

Novo fato político global

A grande passeata pela paz, contra a violência, pelo controle das armas, nesse sábado, em várias cidades americanas e europeias, com destaque fantástico em Washington, com mais de 500 mil manifestantes nas ruas, é um novo momento da humanidade, cansada de violência, da economia de guerra que divide o mundo, da pregação tipo a de Bolsonaro, do pessoal da bancada da bala, desses ruralistas brasileiros, conservadores e reacionários, que levantaram seus fuzis e facões contra Lula no Rio Grande do Sul etc.
Trata-se de tapa na cara, vindo da terra de Tio Sam, contra o golpe neofascista de 2016, no Brasil, que acendeu o espírito de guerra desse pessoal. Com eles, não há democracia, o negócio é na ignorância. Afinal, no voto, na disputa pelas ideias, eles estão no campo do atraso. Querem voltar ao tempo da escravidão,  ao período pré-Vargas, antes da Revolução de 1930, em que justiça era caso de polícia, quando mulheres e escravos não podiam votar,  tempo do chicote, do bico de pena, para escolher candidatos que somente eram aprovados, se comungassem com ideias retrogradas etc.
Tentam, hoje, por meio de um judiciário politizado, barrar democracia, como fizeram, na terra de Getúlio, Brizola e Jango, aos gritos de viva a morte, lançados pelos bolsominos, com os olhos cheios de sangue e mãos armadas de chicotes, facas, facões, revólveres e fuzis. Não argumentam, matam. Temeram o encontro do líder Lula com os nacionalistas gaúchos, para retomarem o fio da história contra o neoliberalismo golpista.

Renasce sonho de Luther King

A juventude americana deu basta espetacular à maré montante da barbárie, ao se mobilizar pelas redes sociais, colocando milhares de pessoas nas ruas, contra a disseminação da violência que o porte de arma, constitucionalmente, garantido, proporciona. As autoridades do país capitalista mais poderoso do mundo, que depende da guerra para se manter poderosa, estavam, até então, lixando-se para os protestos. Trump tamponou os ouvidos aos tiros dos psicopatas armados, segundo a lei de Tio Sam, para proteger propriedade privada, mas que treinou, também, os loucos para seus desvarios individualistas exercitarem tiro ao alvo contra os seres humanos.
O recado da rapaziada é o novo fato político global. Tremerão as bases  conservadoras e reacionárias nas próximas eleições americanas. Balançará o Congresso dos Estados Unidos e pressionará juristas a mudarem de posição. Põe fim ao poderoso lobby das armas, que manda e desmanda no legislativo, afrontando a população.
Salvo se destruírem pelas armas a democracia, o que vem por aí é mudança na legislação americana. Caso contrário, os representantes do povo, resistentes à onda pacifista, serão varridos do parlamento. Isso tende a acontecer em todo o mundo, de agora em diante.
Seria ou não materialização do sonho de Martin Luther King?

Novo momento nacional

Devem, portanto, colocar as barbas de molho os pregadores da violência, no Brasil, porta vozes da elite golpista, violenta, que derrubou  governo democraticamente eleito por 54 milhões de votos. Visaram sucatear a economia e entregar, a preço barato, o patrimônio nacional aos abutres internacionais, deixando no seu rastro recessão, desemprego, fome, destruição de direitos e garantias sociais e, consequentemente, instabilidade política. São ou não fatores que expandem a violência e justificam, do ponto de vista da elite reacionária, aumento da produção de armas, para barrar resistência social à perda dos direitos de cidadania?
Morrem, no Brasil, hoje, 62 mil jovens, negros e pobres, principalmente, em decorrência de modelo de desenvolvimento econômico concentrador de renda e produtor de exclusão social. Há maior detonador de violência que tal modelo anti-desenvolvimento humano, bárbaro?
O discurso do pessoal da bancada da bala, no Congresso,  é o de que a população deve se armar, por ser um direito de opção, para se defender. E ficam nessa ladainha, enquanto são assassinadas, diariamente, 200 pessoas no País, segundo apurou, em 2015, CPI contra violência, homicídio e racismo, presidida pelo deputado Reginaldo Lopes(PT-MG).
A volúpia do encarceramento tomou conta do judiciário, como destacou o advogado Luis Roberto Batochio, em seu sensacional discurso de defesa de Lula, pela concessão dos habeas corpus. É o que se vê, absurdo. O sistema carcerário faliu: são 800 mil presos para 400 mil vagas, sendo 200 mil sem condenação. Os juristas decidem com base nas consequências e não nas causas dos problemas. Encarceram o povo, quando deviam condenar o modelo econômico irracional.

Cabeças cortadas

As cabeças dos desembargadores do TRF-4 se ancoraram na possibilidade de encarcerar Lula com base na liminar do STF que autorizou prisão em segunda instância. Tomaram-na como verdade absoluta e não relativa. Não esperaram julgamento de mérito de Ação Direta de Constitucionalidade(ADC), relatada pelo ministro Marco Aurélio Mello, do STF, sobre o assunto.
No julgamento do habeas corpus, na quarta feira, os juízes supremos mostraram, com seus votos, que deram mancadas, ao desobedecerem a Constituição(art. 5, inciso 57) e o Código Penal(art. 383). Voltaram atrás. Sentiram que seguiam a maré montante da violência, como a praticada por Moro e desembargadores do TFR-4 de condenarem Lula sem provas.
Assim nascem as guerras, que justificam a produção de armas, a economia de guerra, o capitalismo guerreiro, que, nos Estados Unidos, puxam a demanda global capitalista desde a segunda guerra mundial.
A juventude entrou em cena para barrar essa maré bárbara.
Saravá. - Independencia Sul Americana

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