23 de novembro de 2024
Do Peru ao Brasil, a cooperação do Cinturão e Rota agora atinge novos marcos
Seja por causa da barreira linguística ou da cobertura limitada de notícias locais, as pessoas em Lima, capital do Peru, e no Rio de Janeiro, no Brasil, parecem não estar familiarizadas com a Iniciativa Cinturão e Rota (BRI), ao contrário de muitos lugares na Ásia e na África, onde a menção à BRI frequentemente faz os moradores locais levantarem os polegares.
Em Lima, quando perguntados se já tinham ouvido falar da BRI, alguns simplesmente balançaram a cabeça. No Rio de Janeiro, quando perguntado sobre a mesma questão, um trabalhador local disse que já tinha ouvido falar, mas não tinha certeza dos detalhes, embora tenha notado que o Brasil e muitos países da América Latina reconhecem cada vez mais a importância de impulsionar a cooperação econômica com a China.
No entanto, isso não significa que haja falta de interesse em realizar a cooperação da BRI. Pelo contrário, em entrevistas com o Global Times, moradores locais, jornalistas e autoridades expressaram interesse em expandir a cooperação com a China - de infraestrutura e investimento ao comércio. E muitos foram rápidos em compartilhar seu entusiasmo sobre grandes projetos de cooperação com a China, sem fazer referência direta à BRI.
Em uma movimentada manhã de quarta-feira no Mercado Lobaton, um dos maiores mercados de Lima, onde os moradores vêm para comprar suas compras diárias, muitos vendedores reconheceram a importância dos consumidores chineses do outro lado do Oceano Pacífico.
"Isto é para exportação para a China", disse Percy Pena Angeles, um vendedor do mercado, ao Global Times enquanto apontava para um saco de mirtilos. Ele também mostrou pimentas e bulbos de alho que serão exportados para a China.
Quando perguntado se vender produtos agrícolas para consumidores locais no mercado ou exportar para a China lhes traz mais dinheiro, Angeles gesticulou contando dinheiro e respondeu confiantemente: "Exportar!"
No Centro Internacional de Mídia do G20 no Rio de Janeiro, que estava lotado de jornalistas de todo o mundo, Márcio Macêdo, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência do Brasil, enfatizou a importância das relações amistosas China-Brasil, quando questionado sobre as conversas entre os líderes chineses e brasileiros.
"Ter essas conversas, tanto geopolítica quanto economicamente, é fundamental para a evolução das exportações do Brasil e também nos ajuda a desenvolver a economia do nosso país para criar empregos e renda", disse Macêdo.
Raízes mais profundas
Durante as visitas do líder chinês ao Peru e ao Brasil, dois marcos marcaram o progresso na cooperação da BRI com o Peru, o Brasil e a região mais ampla da América Latina.
Em 15 de novembro, a China e o Peru inauguraram o Porto de Chancay, um projeto emblemático sob a estrutura de cooperação da BRI que aprimora ainda mais as conexões profundas e de longa data entre os dois países. A conexão representa mais do que o estabelecimento da BRI no Peru, mas o nascimento de um novo corredor terrestre-marítimo Ásia-América Latina.
A China trabalhará com o Peru para construir um corredor terra-mar entre a China e a América Latina com o Porto de Chancay como ponto de partida.
Localizado a cerca de 80 quilômetros ao norte de Lima, Chancay é um importante porto de águas profundas e o primeiro porto inteligente e verde da América do Sul. Ele está pronto para se tornar uma importante porta de entrada do Pacífico para a América Latina. Seus benefícios são reconhecidos por muitas pequenas empresas em Lima, como a empresa de Angeles.
Angeles disse que as exportações peruanas atualmente transitam pelo Panamá antes de chegarem à China e outros mercados, mas o Porto de Chancay permitirá que produtos peruanos frescos cheguem a Xangai muito mais rápido e a um custo muito menor.
Outro marco para a cooperação China-América Latina BRI também foi alcançado na quarta-feira, já que a China e o Brasil decidiram estabelecer sinergias entre a BRI e as próprias estratégias de desenvolvimento do Brasil.
O Brasil é uma das poucas nações sul-americanas que ainda não participou da BRI, então isso demonstra novamente a crescente atratividade da BRI na América Latina e seu poder de expandir a cooperação. Isso também significa que a BRI está ganhando raízes mais profundas na América Latina.
Muitos países latino-americanos já aderiram à iniciativa, com 22 dos 26 países da região que têm relações diplomáticas com a China tendo assinado memorandos de entendimento com a China sobre cooperação BRI. Essa cooperação BRI entre a China e a região está pronta para se expandir ainda mais. Atratividade crescente
Durante as negociações de alto nível entre a China e vários países latino-americanos à margem da recém-concluída Cúpula do G20 realizada no Rio de Janeiro, os líderes enfatizaram os esforços para expandir ainda mais a cooperação da BRI.
Em conversas com o presidente argentino Javier Milei, o líder chinês disse que a China está disposta a trabalhar com a Argentina para promover uma cooperação de alta qualidade da BRI. Em conversas com o presidente boliviano Luis Arce, o líder chinês prometeu promover uma cooperação de alta qualidade da BRI e destacou os benefícios tangíveis da cooperação do Cinturão e Rota com a Bolívia, alinhando-a com o plano de desenvolvimento da Bolívia para 2025.
Na Reunião de Líderes Econômicos da APEC em Lima e na Cúpula do G20 no Rio de Janeiro, onde países e regiões se esforçaram para cooperação e desenvolvimento, a BRI da China e outras iniciativas, incluindo a Iniciativa de Desenvolvimento Global, tornaram-se ainda mais atraentes para muitas economias no mundo.
Em entrevistas com autoridades, repórteres e moradores comuns, era palpável que a China oferece uma sensação de estabilidade e representa grandes oportunidades, enquanto a transição política nos EUA criou profundas incertezas para o mundo.
Em um cenário tão global e com os esforços concentrados de ambos os lados, a cooperação China-América Latina BRI está prestes a entrar na via rápida. Após seu sucesso em muitas partes da Ásia e da África, a BRI está pronta para romper a barreira da língua na América Latina e se tornar um slogan que significa cooperação ganha-ganha.
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